terça-feira, 30 de dezembro de 2008


O Instituto São José-ISJ é indubitavelmente um reduto de grandes artistas. Presente em Aracati há mais de seis décadas, no trabalho realizado pelas irmãs de caridade, o ISJ é um referencial não só para educação como também para a história do teatro em Aracati. Esta afirmativa pode ser verificada nas ações empreendidas pelo Grupo Dias de Teatro, composto por jovens alunos vicentinos.


O Grupo Dias soma em seu repertório diversas montagens entre as quais se destacam as peças: “O Vento e o Tempo”, “Via-Sacra”; “Saga Vicentina”; “Os Viajantes”. O Grupo, sob a orientação da atriz Silvanise Ponciano, é composto por crianças e adolescentes, alunos do ISJ, que se vêem envolvidas no universo plural do teatro. Ali os jovens aprendem além do trabalho de ator, a confeccionar os próprios objetos de cena (cenários, adereços etc.) utilizados em cada montagem.

O teatro do Grupo Dias transcende a prática pedagógica efetivada no ISJ, se relacionando com eventos de grande porte realizados em Aracati numa perspectiva do teatro como elemento transformador do cidadão, sujeito de sua história.

Este ano, às vésperas do natal, o Grupo Dias estreou a peça “Ilustríssimos Senhores”. O texto de autoria dos pernambucanos Jairo Lima e Lúcio Lombardi remonta a cena do nascimento do menino Jesus, partindo da anunciação. A busca por um lugar seguro para o Menino nascer é reforçada por questionamentos sócio-políticos muito bem articulados no texto através das personagens: Senhor de Terras, Burguês e Mulher do Povo. A temática do nascimento do Menino Jesus, no texto de Ilustríssimos Senhores, reforça o verdadeiro sentido do Natal: a paz e a fraternidade entre os homens.

Para além da poesia proposta pelos autores pernambucanos está à imagem fantástica desenhada com a montagem do Grupo Dias. Chama a atenção o cuidado do artista Ricardo Freitas, que assina o figurino, expresso na escolha das cores e materiais. O sucesso da peça se deve ainda a participação de um time de peso composto pelo artista plástico Hélio Santos e Edson Virginio responsáveis pelos adereços e maquiagem respectivamente e de um elenco vivaz, composto por 19 jovens atores.

Ilustríssimos Senhores é fruto de árduo trabalho, colhido no labor das aulas de teatro e nos anos de vivência teatral da diretora do espetáculo, Silvanise Ponciano. Um espetáculo para o bem dos olhos e da alma.


Ilustríssimos Senhores
Dia 27- Igreja do Bonfim, às 20h;
Dia 31- Av. Cel. Alexanzito (Rua Grande), 841. Início às 20h:30min. Exibição ao ar livre
terça-feira, 26 de agosto de 2008
O Grupo Dias de Teatro encenou a Esquete Teatral "O Filho Pródigo" de autoria de Marciano Ponciano, no dia 19 de agosto no auditório do Instituto São José.
Foi uma noite de muita emoção!!!
sábado, 5 de julho de 2008





O Grupo Dias de Teatro esteve nos dias 26,27,28,29 e 30 de junho em Salvador no evento: Jogos das Escolas Vicentinas.

Na oportunidade o grupo apresentou no dia 27 a Esquete Teatral: " Isto é o que vos mando, que vos amei uns aos outros..."

Foi um momento de espiritualidade única!

Agradecemos a Haydée de Sena e a todos os professores e alunos que fizeram parte dos JEV´S 2008.

Que Deus ilumine os alunos e professores Vicentinos.

Parabéns ao Instituto São José!!!

Parabéns ao Grupo Dias de Teatro!!!
quinta-feira, 3 de julho de 2008







O Grupo Dias de Teatro apresentou o Casamento da Genovena no arraiá do Instituto São josé no dia 14 de junho. Foi uma noite de muita comilança, fogos e comidas típicas. E é claro não podia faltar o casamento caipira!!!

Viva o arraiá do Instituto São José!!!
Viva o Grupo Dias de Teatro!!!
Viva o casamento da Genoveva!!!






sábado, 24 de maio de 2008
SOBRADO DO BARÃO- Desfazendo um equívoco. PDF Imprimir E-mail
Por Antero Pereira Filho
17 de maio de 2008
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Lateral Museu Jaguaribano. Rodrigo Cantarelli.
Antero Pereira Filho, em seu artigo "Sobrado do Barão: Desfazendo um equívoco" vem nos apresentar fontes historiográficas sobre o sobrado sito à rua Cel. Alexanzito, 743, em Aracati, hoje sede do Instituto do Museu Jaguaribano, comumente mencionado como antiga residência do Barão de Aracati. É sobre esta referência que Antero Pereira Filho busca questionar a veracidade da alegativa. A sua pesquisa visa tão somente esclarecer o que considera um "equívoco histórico", tendo em vista que o Barão de Aracati não nascera no citado prédio, nem tampouco ali residira. Ao longo do artigo busca esclarecer o assunto, em sua tese, embasado em pesquisa realizada nos cartórios de Aracati e em diversos documentos e jornais antigos que registram a história do sobrado e sua utilização ao longo da história. Para realizar este trabalho Antero Pereira Filho contou com as participações dos senhores Raimundo Cassemiro e Raimundo Ferreira de Lima. O artigo "Sobrado do Barão: Desfazendo um equívoco" será apresentado em três partes, a serem publicadas quinzenalmente.

Sobrado do Barão: Desfazendo um equívoco.

Em visita ao Aracati em Dezembro de 1951, o jornalista João da Granja escreveu um artigo para o jornal Gazeta do Jaguaribe, publicado por Dr. Abelardo Gurgel Costa Lima, com o título: “Dormi num Sobrado.” Nesse artigo, o jornalista narrava suas impressões sobre a cidade de Aracati e mui especialmente a respeito do sobrado onde pernoitou.

...”Dormi no sobrado que pertenceu ao Dr. José Pereira da Graça Jr. – Barão de Aracati; que estudou em Coimbra, foi grande na política, na administração e na magistratura, tendo chegado, a ministro do Superior Tribunal de Justiça – hoje Supremo Tribunal Federal – Presidente da Província do Maranhão.

Esse sobrado que foi uma residência senhorial numa feita o negociaram por oito contos. Hoje está valendo mais de cincoenta.

O edifício tornou-se conhecido como “sobrado do Barão” e está um tanto arruinado pela velhice. Transformou-se numa casa de cômodos de Classe ainda não definidos”.

A Gazeta do Jaguaribe na edição seguinte que circulou no dia 25 de Dezembro de 1951, trazia uma correspondência dirigida ao diretor do jornal, refutando as afirmações do jornalista João Granja com os seguintes dizeres:

“Desfazendo um Equivoco”.


Ilmo. Sr. Dr. Abelardo Gurgel Costa Lima. D.D. Diretor da Gazeta do Jaguaribe.

Lendo vosso conceituado jornal sob nº 84, de 16 do corrente mês fiquei surpreendido com a divulgação do seguinte: - No sobrado em que presentemente se acha instalado o Hotel Central de Francisco de Janes, nasceu o Dr. José Pereira da Graça Junior, Barão de Aracati ? Ora a denominação do beco do Barão, é por ter residido no sobrado acima mencionado, o rico comerciante Antunes de Oliveira¹, o qual ofertando a importância de vinte contos como auxílio a guerra do Paraguai, foi agraciado pelo Imperador D.Pedro II, com o título de Barão de Messejana.

O velho sobrado em que presentemente resido à Avenida Cel Alexanzito nº 629², foi construído por meu tio-avô José Pereira da Graça, tendo nele nascido José Pereira da Graça Junior, Barão de Aracati; que morreu sem riquezas, porém deixando filhos e netos de alto valor.

Eis o que divulgava minha saudosa tia Ricardina Pereira da Graça no verdor dos meus anos.

Pela publicação da presente sinceramente agradece o humilde conterrâneo.

João do Carmo Chaves Filho.

Na retificação ao artigo do jornalista João da Granja, nosso conterrâneo o Sr. João do Carmo Chaves Filho esclarece somente uma parte da história do importante sobrado. Realmente é verdadeira a afirmação de que não foi no sobrado chamado do Barão onde nasceu José Pereira da Graça, nem foi por ele construído o imponente prédio. No entanto, não é verdadeira a afirmação de que nele tenha residido o Antônio Candido Antunes de Oliveira o Barão de Messejana.


¹ Antonio Candido Antunes de Oliveira

² Atualmente Galeria Marcelo.

(A segunda parte deste artigo será publicada muito em breve. Aguarde.)

quarta-feira, 9 de abril de 2008
Por Verônica Viana (Arqueóloga)
03 de abril de 2008
ImageDurante realização de prospecção arqueológica de superfície na área destinada à construção de 3 (três) usinas eólicas da empresa Bons Ventos, localizadas no município de Aracati, entre a praia de Canoa Quebrada e a localidade do Cumbe, descobrimos 71 ocorrências arqueológicas, entre 53 sítios arqueológicos e 19 áreas vestigiais. Esta quantidade pode ser superior tendo em vista que este trabalho foi realizado no primeiro semestre quando os ventos são mais brandos na costa cearense. Um diagnóstico realizado na segunda metade do ano poderá duplicar a quantidade de sítios, tendo em vista que sob a ação dos alísios de SE, que remobilizam um volume maior de areia, sempre novos sítios são descobertos, conforme tivemos oportunidade de observar em outros trechos do litoral oeste. As evidências atestam uma longa ocupação da zona estuarina do Jaguaribe, nosso principal recurso hídrico, iniciada por volta de 5000/6000 AP (Antes do Presente) quando a retomada paulatina da tropicalização na área litorânea transformou áreas inóspitas em ambientes privilegiados de ocupação. As ocupações dos arcaicos marisqueiros deste período inicial foram seguidas por ocupações de grupos ceramistas Tupi e Tapuias e, em momentos mais recentes, por instalações dos séculos XVIII e XIX. A diversidade verificada na cultura material atesta a confluência de etnias distintas que certamente disputavam os melhores sítios de coleta de moluscos e outros recursos marinhos.

Em virtude da expressiva quantidade de sítios detectada no local e da grande diversidade de vestígios, representada por adornos, fusos, pesos utilizados na atividade de pesca, vasilhas cerâmicas, instrumentos lascados, cachimbos, lâminas de machado polido, estes últimos só encontrados de forma descontextualizada em museus cearenses, nosso diagnóstico foi desfavorável à construção de qualquer empreendimento no local solicitando que a área fosse destinada a pesquisas acadêmicas sistemáticas.

Hoje nos preocupa o fato de que todo o litoral cearense, repleto de sítios arqueológicos em seus 573 quilômetros, esteja mapeado em vários pontos da sua extensão por empresas de energia eólica que sob a égide da “energia limpa” provocarão a destruição de sítios arqueológicos milenares.

Preocupa-nos também o fato de que, apesar do grande número de áreas arqueológicas já identificadas no Ceará, as pesquisas ainda sejam bastante incipientes, diferentemente do que ocorre em todos os outros estados do Brasil. Com isso, os vestígios deixados pelos antigos habitantes do território relacionado ao atual ainda não foram objeto de investigações contínuas por meio de elaboração de teses. Tal problemática tem a ver em grande escala com a falta de interesse das universidades públicas do Ceará (UFC, UECE, URCA, UVA) para com as pesquisas arqueológicas, que sendo uma atividade exclusivamente científica deve ser gerenciada pelas universidades e não por empresas particulares.

Desta forma, entendemos que os trabalhos de arqueologia no Ceará não podem restringir-se às intervenções emergenciais da arqueologia de salvamento, impondo-se a necessidade urgente de pesquisas arqueológicas acadêmicas para que tenhamos um maior aproveitamento das informações obtidas por meio de pesquisas que se estendam por um período mais longo. Como não contamos com pesquisas arqueológicas acadêmicas, a arqueologia cearense está entregue tão somente à arqueologia de salvamento. O nosso receio neste momento é que muitas informações sejam perdidas antes que tenhamos oportunidade de sistematizar estes estudos face às exigências dos grandes empreendimentos.

Posicionando-nos também contra o empreendimento das eólicas de Aracati, tendo em vista que o tempo necessário ao salvamento dos sítios arqueológicos seria inconciliável com os prazos propostos pelo empreendedores que pretendem entregar a obra em dezembro de 2008, inviabilizando qualquer atividade preliminar nos sítios antes da chegada das máquinas. Neste caso, seríamos obrigados tão somente a trabalhar em concomitância com a obra, procedimento este que seria desastroso para a salvaguarda do patrimônio arqueológico local.

Convém lembrar que em arqueologia de salvamento é comum proceder ao acompanhamento da obra para verificar a presença de vestígios em profundidade, porém em empreendimentos eólicos este procedimento é inviável, tendo em vista que as máquinas abrem verdadeiras crateras em áreas de sedimentos não consolidados (dunas). Isto não permite a visualização das estruturas e vestígios por parte do arqueólogo e por outro lado põe em risco a segurança do mesmo. Este aspecto é fundamental para lembrarmos a necessidade de estudos anteriores à construção de um empreendimento desta natureza.

O IPHAN do Ceará e de Brasília, representados pelos técnicos Olga Paiva e Rogério Dias, inclusive não aptos a dar um parecer arqueológico, tendo em vista não possuírem formação na área, desconsideraram nosso diagnóstico com receio de serem chamados para prestar contas com a Casa Civil da ministra atualmente posta na berlinda e oportunizaram a entrada de uma equipe na área para proceder apressadamente ao resgate arqueológico dos sítios, sem antes abrir uma discussão mais ampla sobre os nossos resultados. Discussão esta que deveria envolver a nossa equipe, um arqueólogo do IPHAN e outras instituições acadêmicas com tradição em arqueologia, como a USP e a UFPE, por exemplo, além das universidades locais e o Ministério Público, pois afinal de contas, as descobertas nos colocaram diante de uma situação excepcional, tendo em vista o significativo potencial da área e o grande impacto de construção deste empreendimento, erroneamente compreendido como mínimo.

Ampliando a nossa visão, entendemos também ser imperativa e emergencial uma ampla discussão acerca do impacto ambiental gerado pela construção das eólicas em áreas de preservação permanente (dunas e restingas – Resolução Conama 303/2002) vedadas ao uso econômico e caracterizadas pela intocabilidade (Resolução Conama 369/2006).

A construção provocará impacto aos campos de dunas móveis da região, um dos mais expressivos do Estado, fundamentais na dinâmica da zona costeira e no controle dos processos erosivos (Resolução Conama 341/2003).

No mais, a execução do empreendimento interferirá drasticamente na excepcional beleza cênica e paisagística das dunas do Cumbe, Barra do Aracati e Canoa Quebrada com a alocação de 67 aerogeradores (cataventos).

No tocante aos aspectos arqueológicos, vale lembrar ainda que o IPHAN recebeu um Plano de Resgate dos Sítios Arqueológicos elaborado pelo arqueólogo Walter Morales sem que ele e a sua equipe tivesse estado na área para visualizar as ocorrências, compreender a natureza dos processos de deposição e pós-deposição ali evidenciados, da distribuição espacial das ocorrências, para propor um cronograma e uma metodologia adequada. Da mesma forma, sem ter ainda postos os pés no local, a equipe teve um orçamento aprovado pela empresa responsável pelo empreendimento.

O que nos impressiona é que quando se é contratado por empresas públicas ou privadas para execução de trabalhos, uma das exigências primordiais, inclusive listada em editais, é que o contratado entregue declaração de que conhece a área, de que já esteve no local, correndo-se o risco de ser penalizado caso o conteúdo da informação não seja verdadeiro.

Gostaríamos também de aproveitar esta oportunidade para sugerir que as universidades públicas cearenses (UECE, UFC, URCA,UVA) saiam da letargia em que se encontram na atualidade e assumam juntamente com a sociedade e os órgãos legais e culturais, a defesa do patrimônio arqueológico local que com os seus vestígios funcionam como um elo entre as sociedades passadas e atuais. Estas últimas devem ter acesso às informações acerca deste valioso bem cultural.



Verônica Viana (arqueóloga)

Manuelina Duarte (arqueóloga)

Valdeci Santos (arqueólogo)

Karlla Soares (Historiadora)

Luci Danielli A. de Sousa (Historiadora)

Daniel Luna Machado (Historiador e Mestrando em Arqueologia)

Igor Pedroza (graduando em história UECE)

Cibele Nascimento (graduanda em história UECE)


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quarta-feira, 2 de abril de 2008

O Ministério Público de Aracati tem sido fundamental para o aprofundamento de questões relativas a preservação do patrimônio histórico e cultural aracatiense em face de seu princípio constitucional. Desde novembro de 2007, com a realização da mesa redonda sobre Patrimônio Histórico e Cultural de Aracati, que o assunto vem sensibilizando as instâncias municipal, estadual e federal, bem como aglutinando movimentos civis organizados a exemplo do Fórum de Cultura de Aracati. Para falar mais sobre o assunto entrevistamos o Promotor Dr. Alexandre Alcântara para expor os resultados, ações e mobilizações efetivadas pelo MP.

Em novembro de 2007 o MP realizou uma mesa redonda para discutir o patrimônio cultural de Aracati. Passados 4 meses da realização daquele encontro, que frutos foram colhidos?

Dr. Alexandre- Primeiro, possibilitou a discussão da questão entre o Poder Público- União/Iphan, Estado (secretarias de cultura e cidades e municipio de Aracati e a sociedade. No último dia 18 de março fizemos um resumo da mesa redonda para o COEPA (Conselho Estadual de Preservação patrimonial) e sensiblizamos seus membros, inclusive o Secretario de Cultura do Estado, Prof.Auto Filho, que manisfetou total apoio a nossa causa. O deputado Estadual, Heitor Ferrer requereu uma audiência pública na Assembéia legislativa para debater a questão, com data a ser definida para breve. Na semana passada, entramos na fase de ajustamento de condutas, onde já conseguimos: Município: 1. A desapropriação para fins culturais do Teatro Francisca Clotilde, bem como uma reforma emergencial, 2. A contratação de um arquiteto que sob a orientação do IPHAN implantará um núcleo de preservação patrimonial no municipio, 3. O compromisso do municipio de procurar integrar-se ao projeto Monumenta, do MINC.; Estado do Ceará: 1. Os representantes das secretarias das cidades garantiram a retomada imediata das obras da biblioteca regional, 2. O secretário Auto Filho garantiu que envidará todos os esforços para o municipio ser contemplado pelo Projeto Monumenta e já comprou 30 (trinta mil) livros para a nossa biblioteca regional; União (IPHAN) 1. A Dra. Olga Paiva, Superintendente do Órgão garantiu a retomada imediata das obras do Museu Jaguaribano; Também foram feitos ajustamentos de condutas com a Coelce e Cagece para adeguação de seus medidores na área tombada, e nesse sentido já está sendo feito um estudo técnico. A convite do Deputado Federal José Airton Cirilo, no próximo dia 1 de abril estaremos em Brasília discutindo toda essa questão com o Presidente do IPHan, Dr. Luiz Fernando.

Qual o papel do MP no processo de preservação do sítio histórico de Aracati?

Dr. Alexandre-Somos um parceiro da sociedade civil, que tem a possibilidade de fazer pressões jurídicas para que as coisas aconteçam. Acredito que toda essa articulação que estamos fazendo será muito importante para a cidade.

Qual a maior dificuldade em se trabalhar com o conceito de preservação?

Dr. Alexandre-Educação. Antes de tudo é preciso que as pessoas compreendam o valor de nosso patrimônio, e assim haverá preservação.

O MP integra o Fórum de Cultura de Aracati, espaço democrático para as discussões dos mais variados temas ligados a cultura aracatiense. Espaços de discussão como o Fórum de Cultura são importantes para o empoderamento da sociedade.

Dr. Alexandre-Não resta a menor dúvida.

O Fórum de Cultura de Aracati, lançou no final de 2007 a campanha "O espetáculo não pode parar" que tem como meta a realização de serviços emergenciais no Teatro Francisca Clotilde (Antigo Cine Moderno de Aracati). Fale-nos um pouco dessa experiência?

Dr. Alexandre-O teatro Francisca Clotilde tem um valor fundamental para o conjunto dos bens tombados na cidade, pois deverá ser restaurado e voltar a ser uma casa de espetáculos. Graças aos nossos esforços, o Município de Aracati fará as obras emergencias e o grande desafio agora é conseguir o financiamento da restauração, que inclusive já foi projetada pelo IPHAN.

O que seria necessário para a implantação de um turismo cultural em Aracati?

Dr. Alexandre-Acretido que se o Municipio fosse contemplado pelo Projeto Monumenta, esse TUrismo seria possivel, pois teríamos um grande leque de ações, deste a educação patrimonial até a restauração dos bens.

Em Aracati, percebemos o mal uso dos espaços públicos. Praças, largos, calçadas são utilizadas muitas vezes para o exercício de outras atividades, como por exemplo o comércio de bebidas e lanches. Isto por sua vez acarreta um série de problemas como a poluição sonora e visual, e o favelamento de espaços para o uso de toda sociedade. A revitalização destes espaços foi apontada como um dos ítens da carta documento do encontro realizado em 2007. O que foi feito a este respeito?

Dr. Alexandre-Cobramos do Sr. Prefeito municipal medidas para sanar o problema. É uma responsabilidade do municipio. Nesse sentido, no prazo de trinta dias será apresentado um projeto de recolocação dos quiosques do largo da Matriz.

O empobrecimento de nossa população dificulta o entendimento da necessidade destas intervenções?

Dr. Alexandre-É um problema enfretado em todas as cidades que têm patrimônio tombado.

Que ações o MP pretende realizar a curto, médio e longo prazo a fim de buscar solução para estas questões?

Dr. Alexandre-Estou otimista, mas se for preciso iremos às instâncias internacionais para resolver a questão.


Entrevista cedida pelo Promotor Dr. Alexandre Alcântara, do Ministério Público de Aracati, em 31 de março de 2008.


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quarta-feira, 26 de março de 2008
Em 2009, será comemorado o centenário de Patativa do Assaré (1909 - 2002). As comemorações já foram iniciadas em todo Estado. Entre os dias 25 e 29 de março, o poeta cearense será homenageado na II Feira Regional do Livro, em Juazeiro do Norte. Com o tema “Patativa do Assaré: o Homero do Sertão”, a Feira reforça a política cultural do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura (Secult), que tem como objetivo central contribuir para a democratização do acesso ao livro e difundir práticas de leitura.

A Feira Regional do Livro é uma ação cultural do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura (Secult), promovida pelo Centro Cultural Adolfo Caminha (CCAA) e pela Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, através de sua Secretaria de Cultura, com apoio do Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará (Sindilivros).

A Feira Regional do Livro objetiva ampliar a participação do interior do estado na VIII Bienal Internacional do Livro, que acontecerá em novembro deste ano. O objetivo da Feira Regional é levar a cada macrorregião do Ceará uma ação ampla de fomento ao livro, promovendo o encontro entre as cadeias do livro e a população. Assim, a Feira reúne atividades de linguagens diversas, como a música, a dança, o teatro e apresentações artísticas das culturas tradicionais. A ação cultural ainda conta com palestras, exposições, venda de livros e uma chuva de poesias.

Juazeiro do Norte é a segunda cidade a receber o projeto, que já passou por Sobral e acontecerá em todas as macrorregiões do Estado do Ceará. Até o final do ano, a Feira Regional do Livro passará pelas cidades de Senador Pompeu, Quixadá, Fortaleza, Limoeiro do Norte, Tauá, Icó, Aracati e Tianguá.

Você acompanha tudo que acontece na Feira Regional do Livro através do link que se encontra no canto esquerdo de nosso site.

Serviço:

Feira Regional do Livro – de 25 a 29 de março, das 15 às 22 horas, no Teatro Municipal Marquise Branca, em Juazeiro do Norte. Gratuito. Mais informações: (85) 3218.1023 e (88) 3571.2509

Informações para a Imprensa: Fábio Marques – (85) 8832.4716; e Dellano Rios - (85) 9112.8109




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No dia 25 de agosto de 2004, o pesquisador Antero Pereira apresentava no Teatro Francisca Clotilde importantes evidências e documentos da pujante atividade teatral em Aracati. Na semana em que se comemora o dia mundial do teatro (27), vimos trazer à luz de nossos dias este importante arquivo para a memória da cultura aracatiense.

Convidado pelo Grupo Lua Cheia na pessoa do seu representante, Marciano Ponciano, para falar sobre o teatro em Aracati, imaginei que poderia traçar uma trajetória histórica do nosso teatro. No entanto, as dificuldades de informações e a falta de acervo onde buscar as necessárias informações me limitaram.

Portanto nesta pequena e curta conversa que o convite chama de palestra irei me reportar e descrever algumas cenas e passagens espaçadas no vácuo do tempo do nosso teatro.

Poucos registros

Não existe, ou melhor, não encontrei, nenhum registro sobre a origem do nosso teatro: quais as pessoas que faziam essa arte ou mesmo onde ficava localizado. Todavia, por intermédio do jornal o Aracaty, publicado aqui em nossa cidade no ano de 1859, encontrei algumas referências ao funcionamento de um teatro.

Começando com a crítica

Na sua edição de 14 de setembro de 1859, fazia o jornal através do seu editor, uma crítica aos atores e também a platéia quando da exibição do drama “Espinhos entre flores” no Teatro União. Interessante que aqui seja lido na integra o texto do jornal para se ter a idéia de como a crítica se manifestava em 1859 exatamente 145 anos atrás. Vamos ao texto:


"Desta vez seremos indulgentes; trataremos dos vícios, e pouparemos as pessoas; pois persuadimo-nos, visto o bom conceito, que formamos do nosso povo, que não seremos em seguida compelidos a denunciar o nome de alguém. O drama Espinhos entre flores- foi sofrivelmente desempenhado no que diz respeito aos três principais personagens; e melhor se teria tornado, se os que fizeram de mulher tivessem representado com naturalidade. Há um grande defeito entre nós que é preciso extinguir-se. Sabemos, é verdade, que há grande dificuldade, e mesmo que é impossível acharem-se senhoras, que representem de damas; mas notamos, que sem escolha se procure para o desenvolvimento de tais papeis rapazes, cujas vozes, e maneiras mais servirão para representar de beleguins da polícia. Há muitos moços que na falta absoluta de mulheres se prestariam com mais alguma propriedade; e estes, quiséramos que fossem os preferidos, suprindo melhor essa lacuna, de que tanto se ressente o nosso teatro”.


Quase sempre depois da apresentação do drama era seguido de uma comedia ou farsa como se costumava chamar. E como toda boa farsa, sempre se utilizava de um linguajar popular que em algumas vezes era reprovado pelos mais conservadores. Na mesma noite que apresentou o drama “Espinhos entre flores” o teatro União também apresentou a farsa “Velho gaiteiro” que também sofreu crítica do jornal o Aracaty pelo linguajar que foi utilizado na comedia. Segundo o crítico do jornal “o teatro foi criado para correção e recreio, e não para perverter”.

O público que se manifestava durante a comedia também sofria críticas por seu comportamento Como vemos as platéias sempre iguais.

Sempre aos sábados o teatro União apresentava suas peças promovidas pela companhia dramática. Na primeira parte do espetáculo era sempre encenado o drama, em seguida uma comédia/farsa. Diante das criticas recebidas a direção do teatro colocou um aviso “pedimos aos espectadores da platéia mais comedimento e decência, visto que em um teatro particular não se admitem as liberdades de uma platéia pública.”

O Teatro União que tinha como atores moços que não eram profissionais, mas que bem desempenhavam seus papeis, como foi no caso da apresentação do drama “A morte de Camões” motivo de elogios a todos o atores que trabalhavam na peça.

A Modernidade

Numa peça encenada em 1890 – O Judeu – no nosso teatro União, foi usado como decoração em dois atos da peça, imagens de

Se a cidade de Icó já possui seu teatro (Teatro Ribeira dos Icós- 1860. Pedro Theberge. Historiador) cuja arquitetura e capacidade tanto admira a todos... se aquela cidade nunca esteve, e nem está em melhor posição desta, quer em riqueza, quer em população, sendo até de muito menor movimento... Nossa cidade com tanto movimento já, e população concorrem para ter um teatro”... "O Aracati"(08/08/1860).

santos. Por isso foi duramente criticada pelos conservadores que consideraram “aquilo” uma profanação. A direção do teatro se explica dizendo que para compor a cena foi necessário se utilizar daquelas imagens, já que a história se passava na época da inquisição. E dando uma demonstração de modernidade mostra que o uso das imagens, e mesmo do Cristo, já foram usadas nos teatros de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro onde havia teatros regulares e cita o drama “As catacumbas de Roma” onde o emblema do Salvador com a sua efígie é a primeira coisa que nele depara o espectador, assim também como no drama “Máscara negra”. Isto vem mostrar que nosso pessoal de teatro estava sincronizado com o resto do mundo daquela época.

Com o sucesso do teatro União em nossa cidade foi então criada uma sociedade denominada de União Aracatiense com a finalidade de sustentar as atividades do teatro União. Os associados teriam direito aos camarotes e a platéia de acordo com sua colaboração.

Neste período circulavam dois jornais em Aracati. “O Aracati” que saía às quartas-feiras e o jornal “Época” que circulava no sábado. Ambos os jornais advogavam a construção de um teatro decente para o Aracati, já que o Teatro União era ainda muito acanhado e não pertencia a municipalidade.

Em editorial o jornal “O Aracati” assim se expressava: “Se a cidade de Icó já possui seu teatro (Teatro Ribeira dos Icós- 1860. Pedro Theberge. Historiador) cuja arquitetura e capacidade tanto admira a todos... se aquela cidade nunca esteve, e nem está em melhor posição desta, quer em riqueza, quer em população, sendo até de muito menor movimento... Nossa cidade com tanto movimento já, e população concorrem para ter um teatro”... (08/08/1860).

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Drama. Francisca Clotilde. Acervo do Solar.
Em outubro do mesmo ano, 1860, o jornal O Aracati, volta a se manifestar em favor da construção do novo teatro. “O teatro é uma escola de civilização, não somos nós os primeiros a dizê-lo. Nele se corrigem os costumes, e se faz nascer no povo o gosto que ameniza o trato e sem o qual não pode haver perfeita sociabilidade. A existência de um teatro convenientemente dirigido é, portanto sempre um benefício, que se faz ao público; e digno de louvores, quem fornecesse aos habitantes de uma cidade tão útil e agradável distração. Não podemos, portanto deixar de agradecer em nome dos habitantes desta cidade a digna Sociedade União, esse benefício, que com sacrifício próprio lhes tem feito; e lhes pedimos que não desanime na carreira encetada. (Tudo tão atual!!!). São, porém conhecidas as dificuldades que encontra uma empresa desta ordem, e que não pode viver abandonada aos seus próprios recursos: por isto pedimos a todos, e com especialidade aos comercio, o seu concurso generoso, para que a empresa prospere, e possamos ter em breve um melhor teatro”...

Infelizmente não foi possível se concretizar o sonho da construção do teatro. A partir de 1860 uma grave crise econômica que já vinha se delineando já algum tempo, agravou ainda mais o comércio do Aracati. Aconteceu a Cólera e a falência de várias casas comerciais na cidade de Aracati.

Do nosso teatro União ficaram os nomes dos dramas e das comédias encenadas pela companhia dramática da Sociedade União: O judeu, A morte de Camões, Os dois desafios, O sedutor e o amante (drama em 4 atos), Os ciúmes de Marido (drama em 3 atos). E as comédias: O Criado ladino, Gato por lebre, Vinte contos herdados, O padeiro ambicioso, e O Taberneiro namorado...

Não consegui localizar quando foi inaugurado o teatro Santo Antônio que pertenceu à família Figueiredo. No entanto encontramos em fevereiro de 1898, o teatro Santo Antônio em pleno funcionamento. O teatro Santo Antônio ficava localizado na antiga Travessa do Riachuelo esquina com a Rua do Rosário. O Jornal “O Jaguaribe” que era publicado pelo Gabinete de Leitura, anunciava em sua edição de domingo o espetáculo com os artistas do Sul do país, Alexandrino e Isabel, que iriam encenar o importante drama em 3 atos intitulado O Leão do Mar. A orquestra do teatro tinha como maestro o Sr. José da Silva Ramos.

Em 1901, quando aqui esteve em visita ao Aracati, o jornalista e historiador Antônio Bezerra assim descreveu o nosso teatro Santo Antônio: “Um magnífico cenário e duas ordens de camarotes. A platéia pode comportar 300 pessoas. É bem decorado e satisfaz perfeitamente as exigências do público amador. Ali se tem levado à cena bons dramas e algumas operetas”.

Convite da reinauguração

Aracaty 16 de Novembro de 1911

Ilmo. Sr.

O Grêmio Thaliense Recreativo, por sua Diretoria abaixo assignada, desejando dar maior brilho aos festejos que tem de realizar no dia 19 do corrente mês, por ocasião da inauguração do seu Theatro Santo Antônio, ultimamente reconstruído, tem a honra de convidá-lo e a sua Exma. Família, para comparecerem ao acto inaugural que será às 7 ½ horas da noite do referido dia, agradecendo de antemão a sua presença.

A. P. Figueireido- Presidente
João Porto Caminha- 1° Vice-Presidente
Bruno Porto da Silva Figueiredo- 2° Vice-Presidente
Eliseu N. Scipiao – 1° Secretário
Bento Cotares – Thesoureiro


Nota: Não havendo tempo para o mobiliamente do Theatro a Directoria pede enviar até 5 horas da tarde do dia da inauguração, as suas cadeiras, que serão recebidas ali por encarregados especiaes os quaes fornecerão ao portador um documento com o numero do camarote.

Observações: Convite para camarote. Pede-se a apresentação deste no acto da entrada.



Na década de 1900 até 1910, surgiram alguns grupos de teatro e sociedades literárias. Podemos destacar algumas que tiveram projeção no teatro aracatiense durante os anos de 1910 e 1912: A Sociedade Recreio Dramático; Núcleo Recreativo Artur Azevedo. Todos amadores. Estes grupos se apresentavam no teatro Santo Antônio.

Uma das últimas apresentações que tiveram como palco o teatro Santo Antônio foi a festa idealizada por Dr. Eduardo Dias quando reuniu no teatro as duas últimas bandas de música da cidade para um grande concerto em benefício da Sociedade São Vicente de Paulo.

Ignoravelmente o teatro Santo Antônio foi totalmente desativado já na década de 20/30.

Na década de 1920, tivemos nossa Francisca Clotilde como incentivadora do nosso teatro (Revista Estrela). Outro grande incentivador do teatro aracatiense foi Dr. Eduardo Alves Dias que promoveu a encenação de várias peças teatrais.
Tivemos na década de 50 o Colégio Marista e das Irmãs de caridade (Instituto São José) como promotores do nosso teatro. Havia um pequeno auditório no Ginásio São José onde se realizavam as peças teatrais.
O circo também foi um dos grandes promotores do teatro em Aracati. O final do espetáculo era sempre um drama que emocionava a platéia.

Palestra proferida pelo historiador Antero Pereira Filho na programação de encerramento da II edição do evento Faces das Artes. Aracati, 25 de agosto de 2004. Promovido pela Associação Artístico Cultural Lua Cheia nas dependências do Teatro Francisca Clotilde em Aracati.
Antero Pereira Filho é pesquisador e autor do livro "Histórias de Assombração do Aracati".
www.luacheia.art.br
sexta-feira, 21 de março de 2008
O Grupo Dias de Teatro esteve na localidade do Cabreiro no dia 14 do corrente mês com o espetáculo: Via Sacra. Foi uma experiência grandiosa para os atores e emocionante. Vejam as fotos:
O grupo Dias de Teatro, do Instituto São José, sob a direção da professora Silvanise Ponciano, transformou o centro histórico de Aracati em um grande teatro a céu aberto, durante encenação da Via Sacra.


Os alunos vicentinos percorreram as ruas da cidade levando emoção a uma platéia atenta, na manhã do dia14 de março.
Os moradores transformaram-se em figurantes, abrindo as portas de suas casas para os alunos que paravam diante das residências refletindo sobre as estações do calvário percorrido por Jesus Cristo.

Matéria retirada do site www.solardasclotildes.art.br
sexta-feira, 7 de março de 2008

As ruas da cidade de Aracati serão cenário para a representação da Via-crucis do Senhor. Há 5 anos o Grupo Dias de Teatro, que tem à frente a entusiasta atriz Silvanise Ponciano, realiza a via-sacra em Aracati. Essencialmente composto por jovens estudantes do Instituto São José, o grupo constitui uma homenagem a Eduardo Alves Dias, médico, poeta e dramaturgo,um dos maiores incentivadores das manifestações culturais em nossa cidade. Em entrevista, Silvanise Ponciano nos fala sobre os projetos do grupo e a dimensão transformadora do teatro.


1. Há quantos anos o Grupo Dias de teatro realiza a Via-Sacra?
Este ano fará cinco anos.


2. Quantos jovens são envolvidos na realização deste evento? Qual a faixa etária?
Vinte atores. De 12 a 17 anos


3. Quando o Grupo iniciou este trabalho? O que o motivou?
No ano de 2004. A motivação veio através de algumas encenações feitas na rua. A questão da divulgação do nosso trabalho. Então chegamos à conclusão que seria de tal importância a Via Sacra onde repassamos de maneira sutil a Vida, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a sociedade Vicentina e Aracatiense.


4. As intervenções em teatro na semana santa ocorrem em que espaço? Sempre foi assim?

Na rua. Não, antes era feito no colégio. Então resolvemos expandir para a sociedade aracatiense.


5. Como se dá a produção de todo o material cênico (cenário, figurino, adereços, etc.)?
Através de oficinas. Onde os alunos e os pais contribuem para a construção do material cênico.

6. Quem é o responsável pela dramaturgia? Como isso acontece?
Uma parte do texto pertence à Bíblia e ao escritor aracatiense Marciano Ponciano. Através de pesquisas.


7. O nome do Grupo Dias de Teatro é uma homenagem ao saudoso animador cultural Dr. Eduardo Dias. Como aconteceu essa escolha?
O grupo no início era identificado por Grupo de Teatro do Instituto São José. Era muito extenso, não surtia efeito. Precisávamos de um nome que tivesse alguma história com o Colégio. Foram vários nomes citados pelos alunos, alguns eram até engraçados como: Cia de Teatro Estrela Guia, Cia. Carrossel, Grupo de Teatro Balão Mágico... Pensamos na guerreira Irmã Timbó, mas ela já levava o nome da Biblioteca do Instituto. Sentíamos a necessidade de nossa identidade cultural. Somente no ano de 2004 conversando com o Marciano Ponciano foi citado o Dr. Eduardo Alves Dias sob duas significações: Homenagem ao mesmo pela estreita relação com a história do Instituto São José e por ser uma das personalidades de grande influência no passado cultural de Aracati, erudito e popular. O outro significado tem relação com a dinâmica do grupo e seus encontros diários estreitamente ligados à Filosofia Vicentina.


8. Quais foram os trabalhos mais significativos para o grupo?
Aracati, Quem Conta Se Encanta (curiosidades, fatos e poesias aracatienses), O Vento e o Tempo de autoria de Marciano Ponciano, a Via-Sacra. Mais temos um carinho enorme pela Saga Vicentina também de autoria de Marciano Ponciano que foi através dele que pudemos divulgar o nosso trabalho na capital Fortaleza no ano de 2007.


9. Qual o mais recente trabalho? De que trata?
Uma esquete teatral: Você me diz te amo? Da ausência de afeto da família.


10. O Grupo conta com o apoio do Instituto São José?
Sim. Temos vários apoios que gostaria de citar: A mecanografia na pessoa de Sueli Mendes, o Laboratório de Informática na pessoa de Leoneide, a Secretaria na pessoa de Liduina Costa, a Biblioteca na pessoa de Adênia Barreto, Maria Haydée, os Funcionários: Seu Chico, Seu Jesus, Xavier, Jaqueline, Francisca, D. Mazé... Pais e amigos Professores: Lúcia Helena, Mendes, Magdalena, Socorro Barreto, Edvan Varelo, Mirela Costa... E a Irmã Rosalie Vieira atual diretora.


11. Qual será a programação do Grupo para a via-sacra de 2008?
Início às 7h30 no dia 14 de Março. Onde percorreremos pela Rua Coronel Alexandrino próximo ao INSS e seguiremos pela Rua Grande até a Capela da Medalha Milagrosa. E estamos pensando em fazer outras intervenções no dia 18 no Bairro de Fátima às 19h. E também no interior.



Entrevista cedida ao site: www.luacheia.art.br

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008


O Grupo de Teatro do Instituto São José iniciou suas atividades no ano de 2003, com a professora Silvanise Ponciano. Somente no ano de 2004 o grupo passou a se denominar Grupo Dias de Teatro sob duas significações: Homenagem ao Dr. Eduardo Alves Dias pela estreita relação com a história do Instituto e por ser o mesmo uma das personalidades de grande influência no passado cultural de Aracati, erudito e popular. O outro significado tem relação com a dinâmica do grupo e seus encontros diários, estreitamente ligados à filosofia vicentina.

O teatro tem como objetivo a representação com o caráter de ensinar, de conscientizar, de lazer e de diversão. Quero frisar que o teatro é um trabalho de alta responsabilidade e não deve em tempo algum ser comparado como uma brincadeira ou como passa tempo.

Este ano o Grupo completou cinco anos de existência e de muita persistência e determinação. Em nossas aulas trabalhamos com oficinas, projetos e vários espetáculos como: Brincando de Poesia, A Saga Vicentina de autoria de Marciano Ponciano, Aracati, Quem Conta Se Encanta, O Vento e o Tempo de autoria de Marciano Ponciano, Os Viajantes de autoria de Maria Clara Machado, Nossa Gratidão de autoria de Moacir Morran, Esquetes Teatrais...

Nestes cinco anos apresentamos a Via Sacra um espetáculo de cunho religioso, onde a sociedade Vicentina e Aracatiense através das cenas passam a reviver o grande sofrimento de Jesus Cristo em sua via-crucis.

Programação:

Dia 14 de março – O percurso será pelas ruas Cel. Alexandrino e Rua Grande às 7h30 da manhã

Dia 16 de março – Cabreiro às 15h

Dia 18 de março – Bairro de Fátima às 7h30

“O teatro é um exercício de cidadania e um meio de ampliar o repertório cultural de qualquer estudante”.

Vá ao Teatro!

Silvanise Ponciano
Atriz e Professora de Teatro

sábado, 23 de fevereiro de 2008

POR QUE O TEATRO?

Como o objetivo deste trabalho é fazer do aluno um competente leitor, trouxemos, também, o teatro como mecanismo eficaz de construção de sentidos no ato de leitura. Porque acreditamos que fundamentalmente a busca de um ensino-aprendizagem é adquirida a partir da experiência vivenciada, e não apenas ouvida e refletida, pelos alunos envolvidos.
As experimentações teatrais permitem aos participantes a vivência de novas situações de vida, proporcionam a percepção de novas emoções e acontecimentos sociais referentes aos temas abordados. Assim, permite ao aluno um crescimento no seu nível de compreensão acerca do tema. Auxiliando-o na construção de sentidos e preenchendo as lacunas deixadas por uma leitura anterior. “A peça oferece, enfim, um material humano e empírico imediatamente disponível em seus personagens e situações que favorecem o exercício da dúvida, permitindo a cada participante e espectador tornar-se um cientista social distanciado”, conforme Teixeira (1986).

O uso do teatro na construção dos sentidos no ato de leitura possibilita a utilização de dois objetos de construção de sentidos: a peça (o texto em si) e a encenação dramática.
Entender a peça (o texto em si) exige muita leitura e discussão sobre os contextos históricos em que as peças foram escritas e os artifícios empregados pelos autores para tratar de problemas trazidos nos enredos, dessa forma, elementos sociais e conhecimentos de outras áreas são evocados para sustentar uma compreensão maior e uma leitura mais ampla.

A encenação proporciona sensibilização estética dos participantes envolvidos, proporcionando-lhes o desenvolvimento da sua consciência crítica, pois, ao se deparar com a realidade abordada em drama, o leitor/telespectador aciona dentro de si sua emotividade o que lhe auxilia na construção de sentidos do objeto de leitura, no caso o drama encenado.
O processo de retirar do texto original e conceber a sua montagem significa um exercício prático de como transitar dos estágios da interpretação para a compreensão dos temas abordados, segundo Teixeira (1986).

Nisbet afirma que uma comédia ou tragédia pode ser vista como uma investigação da realidade, e, se dedicam a uma compreensão que entra no reino dos sentimentos, motivações e do espírito, no sentido weberiano. Assim, elas provocam as percepções e experiências que se encontra dentro do leitor/telespectador. Nisbet acredita que “não podemos deixar de lado o fato de que elas criam formas diferenciadas de representar essa realidade, criam espécies de representação ordenada”, da mesma forma a leitura deve ser para o leitor, por isso o teatro como meio eficaz na construção de sentidos.

CONCLUSÃO

Enfim, a prática de leitura no mundo atual é uma exigência para todas as áreas. No entanto, encontramos leitores que não conseguem ler além da superfície do objeto de leitura. Há a necessidade de formar leitores competentes, para que o processo de leitura deixe de ser somente o simples ato de decodificar e compreender.
A leitura deve levar o leitor ao exercício da prática social. Deve preparar o leitor para refletir e agir sobre a realidade da sociedade.

Assim, a construção de sentidos se faz necessária para o leitor atual. A formação de leitores competentes depende de meios eficazes.
O teatro e a música se apresentam como mecanismos que levam o leitor a fazer uma leitura vivenciada, emotiva, sensitiva. Logo, esses meios fazem que o leitor ultrapasse os limites da decodificação, compreensão, levando-o a um nível maior de interpretação do objeto de leitura.