quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008


O Grupo de Teatro do Instituto São José iniciou suas atividades no ano de 2003, com a professora Silvanise Ponciano. Somente no ano de 2004 o grupo passou a se denominar Grupo Dias de Teatro sob duas significações: Homenagem ao Dr. Eduardo Alves Dias pela estreita relação com a história do Instituto e por ser o mesmo uma das personalidades de grande influência no passado cultural de Aracati, erudito e popular. O outro significado tem relação com a dinâmica do grupo e seus encontros diários, estreitamente ligados à filosofia vicentina.

O teatro tem como objetivo a representação com o caráter de ensinar, de conscientizar, de lazer e de diversão. Quero frisar que o teatro é um trabalho de alta responsabilidade e não deve em tempo algum ser comparado como uma brincadeira ou como passa tempo.

Este ano o Grupo completou cinco anos de existência e de muita persistência e determinação. Em nossas aulas trabalhamos com oficinas, projetos e vários espetáculos como: Brincando de Poesia, A Saga Vicentina de autoria de Marciano Ponciano, Aracati, Quem Conta Se Encanta, O Vento e o Tempo de autoria de Marciano Ponciano, Os Viajantes de autoria de Maria Clara Machado, Nossa Gratidão de autoria de Moacir Morran, Esquetes Teatrais...

Nestes cinco anos apresentamos a Via Sacra um espetáculo de cunho religioso, onde a sociedade Vicentina e Aracatiense através das cenas passam a reviver o grande sofrimento de Jesus Cristo em sua via-crucis.

Programação:

Dia 14 de março – O percurso será pelas ruas Cel. Alexandrino e Rua Grande às 7h30 da manhã

Dia 16 de março – Cabreiro às 15h

Dia 18 de março – Bairro de Fátima às 7h30

“O teatro é um exercício de cidadania e um meio de ampliar o repertório cultural de qualquer estudante”.

Vá ao Teatro!

Silvanise Ponciano
Atriz e Professora de Teatro

sábado, 23 de fevereiro de 2008

POR QUE O TEATRO?

Como o objetivo deste trabalho é fazer do aluno um competente leitor, trouxemos, também, o teatro como mecanismo eficaz de construção de sentidos no ato de leitura. Porque acreditamos que fundamentalmente a busca de um ensino-aprendizagem é adquirida a partir da experiência vivenciada, e não apenas ouvida e refletida, pelos alunos envolvidos.
As experimentações teatrais permitem aos participantes a vivência de novas situações de vida, proporcionam a percepção de novas emoções e acontecimentos sociais referentes aos temas abordados. Assim, permite ao aluno um crescimento no seu nível de compreensão acerca do tema. Auxiliando-o na construção de sentidos e preenchendo as lacunas deixadas por uma leitura anterior. “A peça oferece, enfim, um material humano e empírico imediatamente disponível em seus personagens e situações que favorecem o exercício da dúvida, permitindo a cada participante e espectador tornar-se um cientista social distanciado”, conforme Teixeira (1986).

O uso do teatro na construção dos sentidos no ato de leitura possibilita a utilização de dois objetos de construção de sentidos: a peça (o texto em si) e a encenação dramática.
Entender a peça (o texto em si) exige muita leitura e discussão sobre os contextos históricos em que as peças foram escritas e os artifícios empregados pelos autores para tratar de problemas trazidos nos enredos, dessa forma, elementos sociais e conhecimentos de outras áreas são evocados para sustentar uma compreensão maior e uma leitura mais ampla.

A encenação proporciona sensibilização estética dos participantes envolvidos, proporcionando-lhes o desenvolvimento da sua consciência crítica, pois, ao se deparar com a realidade abordada em drama, o leitor/telespectador aciona dentro de si sua emotividade o que lhe auxilia na construção de sentidos do objeto de leitura, no caso o drama encenado.
O processo de retirar do texto original e conceber a sua montagem significa um exercício prático de como transitar dos estágios da interpretação para a compreensão dos temas abordados, segundo Teixeira (1986).

Nisbet afirma que uma comédia ou tragédia pode ser vista como uma investigação da realidade, e, se dedicam a uma compreensão que entra no reino dos sentimentos, motivações e do espírito, no sentido weberiano. Assim, elas provocam as percepções e experiências que se encontra dentro do leitor/telespectador. Nisbet acredita que “não podemos deixar de lado o fato de que elas criam formas diferenciadas de representar essa realidade, criam espécies de representação ordenada”, da mesma forma a leitura deve ser para o leitor, por isso o teatro como meio eficaz na construção de sentidos.

CONCLUSÃO

Enfim, a prática de leitura no mundo atual é uma exigência para todas as áreas. No entanto, encontramos leitores que não conseguem ler além da superfície do objeto de leitura. Há a necessidade de formar leitores competentes, para que o processo de leitura deixe de ser somente o simples ato de decodificar e compreender.
A leitura deve levar o leitor ao exercício da prática social. Deve preparar o leitor para refletir e agir sobre a realidade da sociedade.

Assim, a construção de sentidos se faz necessária para o leitor atual. A formação de leitores competentes depende de meios eficazes.
O teatro e a música se apresentam como mecanismos que levam o leitor a fazer uma leitura vivenciada, emotiva, sensitiva. Logo, esses meios fazem que o leitor ultrapasse os limites da decodificação, compreensão, levando-o a um nível maior de interpretação do objeto de leitura.