sábado, 23 de fevereiro de 2008

POR QUE O TEATRO?

Como o objetivo deste trabalho é fazer do aluno um competente leitor, trouxemos, também, o teatro como mecanismo eficaz de construção de sentidos no ato de leitura. Porque acreditamos que fundamentalmente a busca de um ensino-aprendizagem é adquirida a partir da experiência vivenciada, e não apenas ouvida e refletida, pelos alunos envolvidos.
As experimentações teatrais permitem aos participantes a vivência de novas situações de vida, proporcionam a percepção de novas emoções e acontecimentos sociais referentes aos temas abordados. Assim, permite ao aluno um crescimento no seu nível de compreensão acerca do tema. Auxiliando-o na construção de sentidos e preenchendo as lacunas deixadas por uma leitura anterior. “A peça oferece, enfim, um material humano e empírico imediatamente disponível em seus personagens e situações que favorecem o exercício da dúvida, permitindo a cada participante e espectador tornar-se um cientista social distanciado”, conforme Teixeira (1986).

O uso do teatro na construção dos sentidos no ato de leitura possibilita a utilização de dois objetos de construção de sentidos: a peça (o texto em si) e a encenação dramática.
Entender a peça (o texto em si) exige muita leitura e discussão sobre os contextos históricos em que as peças foram escritas e os artifícios empregados pelos autores para tratar de problemas trazidos nos enredos, dessa forma, elementos sociais e conhecimentos de outras áreas são evocados para sustentar uma compreensão maior e uma leitura mais ampla.

A encenação proporciona sensibilização estética dos participantes envolvidos, proporcionando-lhes o desenvolvimento da sua consciência crítica, pois, ao se deparar com a realidade abordada em drama, o leitor/telespectador aciona dentro de si sua emotividade o que lhe auxilia na construção de sentidos do objeto de leitura, no caso o drama encenado.
O processo de retirar do texto original e conceber a sua montagem significa um exercício prático de como transitar dos estágios da interpretação para a compreensão dos temas abordados, segundo Teixeira (1986).

Nisbet afirma que uma comédia ou tragédia pode ser vista como uma investigação da realidade, e, se dedicam a uma compreensão que entra no reino dos sentimentos, motivações e do espírito, no sentido weberiano. Assim, elas provocam as percepções e experiências que se encontra dentro do leitor/telespectador. Nisbet acredita que “não podemos deixar de lado o fato de que elas criam formas diferenciadas de representar essa realidade, criam espécies de representação ordenada”, da mesma forma a leitura deve ser para o leitor, por isso o teatro como meio eficaz na construção de sentidos.

CONCLUSÃO

Enfim, a prática de leitura no mundo atual é uma exigência para todas as áreas. No entanto, encontramos leitores que não conseguem ler além da superfície do objeto de leitura. Há a necessidade de formar leitores competentes, para que o processo de leitura deixe de ser somente o simples ato de decodificar e compreender.
A leitura deve levar o leitor ao exercício da prática social. Deve preparar o leitor para refletir e agir sobre a realidade da sociedade.

Assim, a construção de sentidos se faz necessária para o leitor atual. A formação de leitores competentes depende de meios eficazes.
O teatro e a música se apresentam como mecanismos que levam o leitor a fazer uma leitura vivenciada, emotiva, sensitiva. Logo, esses meios fazem que o leitor ultrapasse os limites da decodificação, compreensão, levando-o a um nível maior de interpretação do objeto de leitura.

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